Der letzte Hilfeschrei

02 agosto 2016 —



Já faz algum tempo que venho tendo pesadelos com certa frequência. Geralmente isso acontece quando tenho apneia — que mente não começaria a bolar milhares de cenas bizarras e ameaçadoras quando a pessoa está literalmente sem respirar enquanto dorme? —, mas sei que não é esse o motivo do que vem se projetando na minha mente enquanto estou desacordada ultimamente (mais sobre isso outro dia, quem sabe). Esse tipo de coisa geralmente não me assusta, porque passa logo que acordo. Sei que era apenas um sonho ruim e que não significava nada. Eu acho. Eu espero.

Dia desses tive um no qual tudo corria bem, até que fui tomada por uma vontade tremenda de acabar com a minha própria existência. Foi algo surreal, de verdade, porque eu comecei a gritar e arranhar meu corpo inteiro, numa tentativa desesperada de tirar o que quer que fosse que estava dentro de mim, me fazendo ter esses pensamentos. Ao ver que as unhas não obtiveram sucesso, eu corri para as facas. Fiz um corte vertical, abrindo um dos braços, e, em meio a todo aquele sangue, tudo virou uma cena que eu assistia de longe. Aquele corpo frágil e trêmulo murchava aos poucos, como se fosse um balão lentamente perdendo o ar. E, mesmo de longe, mesmo que o corpo já não tivesse vida o espírito estivesse livre das amarras da carne, eu não parava de gritar.

Eu acordei. Respirei aliviada. Não tinha tido apneia, ou pelo menos não parecia ter tido (geralmente eu consigo perceber quando tive ou não). Ainda não descobri se isso foi fruto do meu inconsciente apenas, ou se teve alguma influência externa de energias negativas. Não sei até que ponto isso foi apenas um reflexo daquilo que inconscientemente desejo no dia-a-dia (quem sabe não tão inconscientemente assim) ou se foi alguma coisa que vi ou ouvi recentemente que me fez sonhar com este ato.

Quem sabe foi uma mistura de tudo isso. Quem sabe foi só um susto.
Quem sabe passa.

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