Relativamente viva

29 outubro 2018 —

Já faz alguns anos que sempre ouço falar que “não está fácil pra ninguém”. Começo a suspeitar que, na verdade, nunca esteve. Mas tudo bem, depois de alguns anos a gente já nem espera mais que seja assim. A gente só aceita e continua a caminhar, na esperança de que um dia o vento pare de soprar com tanta força.

2 meses sem aparecer por aqui parece muito mais tempo do que realmente é, especialmente quando há tantas mudanças ocorrendo ao mesmo tempo. No entanto, quando eu paro pra pensar, parece que nada realmente aconteu. O peso que eu carrego continua o mesmo.

Em meio a tanta coisa errada acontecendo, encontro-me relativamente viva. Eu só queria um momento pra descansar, mas eu já chorei tanto que nem sei se meu corpo ainda é capaz de produzir novas lágrimas. E toda noite fica cada vez mais difícil enxergar a luz que ainda me mantém aqui.

Minha mãe sempre disse que as coisas ruins costumam vir todas de uma vez para purificar a alma, mas como eu posso acreditar que minha alma está sendo purificada quando a fonte de todo esse mal está dentro de mim? Como posso estar sendo perdoada ou amada justamente no momento em que mais estou propensa a machucar — independente se por defesa ou por prazer?

Até queria conseguir colocar em palavras tudo que tem acontecido, mas talvez seja cedo demais. Talvez não seja a hora certa. A verdade é que eu já não sei mais se o que eu tô fazendo faz algum sentido.

Tudo bem. Tá todo mundo perdido.

You never ripped out my heart,
But you ripped out my core.
I remember that night, that minute you said,
“No one can ever replace you”
Well, darling, somebody's bound to.

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