Acabou, acabou

02 julho 2018 —


Se tem algo que todo universitário espera na vida, esse algo é o final do semestre. Aquele momento em que ele entra no portal da faculdade para ver suas notas e ver que não pegou nenhuma final e pode descansar por 1 mês, sem ter que se preocupar com nada. Isso, claro, se ele não trabalha.

Essa é a primeira vez em mais de um ano que terei férias de verdade, sem ter que cumprir horários ou qualquer coisa desse tipo. Freelas são bem vindos, é claro, desde que eu possa fazer a hora que eu bem quiser — se eu decidir que quero fazer às 2 da manhã, que assim seja.

Sempre me disseram que quando você para de trabalhar, você meio que acaba se sentindo inútil. Eu não compactuo com essa visão. Temo que as pessoas que me disseram isso não tinham outra coisa significativa na vida, porque, para mim, a experiência tem sido bem diferente. Desde que parei de trabalhar, fui capaz de me dedicar a mim mesma, às coisas que amo, e finalmente senti que estava no caminho certo pela primeira vez durante muito tempo.

Claro que tem o lado ruim. Ficar em casa durante as tardes tem dificultado meu relacionamento com toda a minha família — aparentemente, eu sou emocional demais para eles —, mas ao menos eu tenho o tempo valioso que preciso para dividir entre trabalho e lazer, coisa que eu simplesmente não tinha antes.

Minha rotina era trabalhar, ir para a faculdade e, nos finais de semana, fazer trabalhos e estudar. Namorado? De lado. Vida social? De lado também. Lazer e cuidados comigo mesma? Quem é que tem tempo pra isso? Eu tenho um diploma a conquistar!

É claro que estou falando de uma posição privilegiada, ainda que eu tenha tido uma dificuldade imensa em convencer meus pais a me ajudarem. Por um ano inteiro, eu mantive uma rotina que sugava de mim tudo que havia de bom aqui. Energia, disposição, amor à vida? Pfff. Trabalhe, ganhe dinheiro e pague sua faculdade.

Eu gostava bastante da empresa em que trabalhava e admito que sinto saudades de lá. Mas eu precisava fazer algo por mim, e entre me dedicar a algo que eu realmente amo e continuar trabalhando para satisfazer minhas necessidades consumistas, eu optei pela primeira opção.

Enfim, onde eu queria chegar com tudo isso? Ah, sim. Este foi o meu primeiro semestre sem ter trabalhado e, apesar de ter sido estressante por si só, eu não perdi meus cabelos e nem bati a cabeça na parede repetidas vezes. Eu nem mesmo pensei que pular da ponte seria uma ótima alternativa ao caos que eu estava vivendo! Isso, caros leitores, é o que eu chamo de progresso.

Não faço a menor ideia de como serão os próximos dias. Sem nenhuma obrigação além das coisas básicas como tarefas domésticas, alimentação etc., qual é o sentido da vida? Será que eu vou finalmente sentir aquela inutilidade que me falaram? Veremos.

P.S.: O formulário de comentários não aparece na versão mobile do blog, e eu não faço ideia do porquê. Supostamente esse template era pra ser responsivo, então what is going on? Alguém sabe resolver?

***

Como falei no post passado, aqui vai o vício do momento. Pra quem não sabe, eu tenho dois humores: pistolaça ou triste bagarai. Esta canção, obviamente, está mais para o lado pistola do espectro humorístico da Maria.


I gave you my life,
I gave you my word
I gave everything to get nothing in return
I told you once,
I told you twice
Stab me in the back, now pay the fucking price
Bitch!
Stay the hell out of my life!

4 comentários

  1. Da última vez que trabalhei, estava completamente sugada pelo serviço, piorou meu quadro de TAG, eu vivia correndo pro banheiro pra chorar e era tão estressada que acabava sendo muito grossa com as pessoas quando nem queria. Sair de lá foi de longe a melhor coisa que fiz, e poder ter minha própria rotina é ótimo, mas como tenho outras pressões envolvidas -- o famoso vestibular, e ser sustentada pela minha mãe não é a melhor coisa do mundo porque ela não ganha muito bem --, acabo não apreciando tudo isso...
    Acho que faz bem às vezes parar e reavaliar porque decidi isso pra perceber o quão bom foi.

    P.S: eu lembro sim de você!!! E que bom que voltou pra cá <3

    Limonada (antigo Novembro Inconstante)

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    1. Pois é, é incrível como o trabalho suga a nossa alma, né? Mesmo quando é algo que a gente ama! Complicado. Dizem que a faculdade é o que mais nos suga por conta dos trabalhos etc., mas na verdade é a rotina do trabalhador que acaba com a gente. Tudo bem que fora do expediente não precisa fazer nada exceto ser um ser humano decente (não se pode esperar que o emprego vai ficar intacto caso você mate alguém, né não?) (e isso também depende da área, gente que trabalha com comunicação geralmente acaba levando trabalho pra casa por conta de prazos etc.)

      Espero que você consiga uma renda extra por fora, sem precisar vender sua alma para o diab... Digo, empregador.

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  2. Aehooooo! Parabéns por ter terminado o semestre sem finais e fico feliz que tenha conseguido tirar esse tempinho para você. Espero de todo meu coração que consiga descansar nessas férias.

    Eu, infelizmente, sou uma das que me sinto um cocô por não ter trabalhado durante a faculdade e agora estar quase com o diploma na mão e sem um trabalhinho para chamar de meu. Mas eu concordo com você que sua saúde, tanto física quanto emocional, vem primeiro. Se você pode fazer isso, faça! Quem vem em primeiro lugar é sempre você mesma e não as opiniões alheias.

    PS: Acho que esse é um ótimo momento para subirmos nossas skills de construção de casinhas e um dia sermos vlogueiras simmers são fabulosas quanto dona lilsimsie.
    PS2: Sempre que precisar fugir pra respirar, minha casinha está à disposição. ♥

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    1. A tua situação é super comum entre recém formados, e eu imagino que deve ser um saco mesmo. Sempre ouvi dizer que há um vazio existencial enorme pós-formação. Mas não se preocupa porque passa, viu? ♥

      Quero ser vlogueira simmer SIIIIM, socorro eu ia fazer tanta caca com os Sims! Só preciso aprender a fazer as paradinhas (lê-se gravar de uma maneira decente porque editar eu sei um pouco, hihi)

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